quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Butia de Uruana de Minas

Há alguns anos observei uma palmeira nos arredores da cidade de Uruana de Minas. Pelo formato das folhas era um Butiá do cerrado. Eu tinha esse encontro marcado, precisava vê-las de perto, coletar sementes, fotografar. Ainda mais porque onde nasci havia muito Butia , cresci comendo seus frutos e castanhas.

Hoje foi um dia especial. Fui até lá. Com a ajuda da amiga Ivone Ferreira, que conhece muito bem a região, e do jornalista Everson Luiz, meu co-piloto na viagem, foi fácil encontrar algumas palmeiras com frutos maduros.

A dúvida era de que seria o Butia capitata, Butia paraguayensis ou o butia eriospatha. O Butia de Uruana de Minas tem um gosto encorpado, coisa do cerrado mesmo, apesar de no fundo manter o sabor ácido do butia que havia conhecido no sul.

Munido do guia "Palmeiras do Brasil", da Editora Plantarum, observei cachos dos frutos de vez (mais alongados), altura (em Uruana de Minas as plantas raramente atingem os 3 metros de altura) e a casca do tronco mantém resquícios das bainhas das folhas.


Coletei algumas sementes, que agora devo despolpar e colocar em proceso de germinação.


Com a ajuda do prof. Marco Lacerda e prof Harry Lorenzi, a palmeira foi identificado como Butia Capitata.
Na região de Uruana a população conheçe o Butia pelo nome de côco cabeçudo. Utilizam as folhas para fabricação de vassouras. O fruto é consumido ao natural, e também utilizado em conservas de pinga. A castanha é moida e misturada na fabricação de rapadura. Da raiz, fazem uma "garrafada", que afirmam combater dores.


Muitos fazendeiros preservam as plantas, mesmo quando formam pastos. Outros não, e ela é derrubada nos desmatamentos. Fizemos contatos com autoridades municipais, que se motivaram com nossa visita, e mostraram interesse em passar a preservar o Butia, informado a população sobre sua importância. Voltaremos lá em breve, para dar continuidade a esta idéia.


A fauna aprecia o fruto, especialmente as araras, disseram alguns moradores. A espécie tem grande potencial para paisagismo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Reportagem sobre o viveiro no site da Faculdade de Comunicação da UnB







[ Brasília ] 23 de Julho 2009 Edição VII


http://fac.unb.br/revista20091/index.php?option=com_content&view=article&id=40:pedro-gomes&catid=7:meio-ambiente&Itemid=7

O Buriti Perdido

Escrito por Pedro Gomes

Confrontando um cenário de degradação ambiental, uma iniciativa propõe a valorização de espécies do cerrado



Nos arredores da cidade mineira de Unaí, em meio às grandes fazendas de criação de gado, um modesto viveiro se destaca na paisagem. Cercadas de pastagens, mudas de espécies do cerrado disputam um espaço que lhe foi tirado pela ação humana. É o viveiro Buriti, criado há pouco mais de um ano pelo fotógrafo e viveirista José Nieto, 47, nascido em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e residente em Unaí.

Descendente de italianos, Nieto herdou da família o gosto pelo cultivo de plantas. Quando pequeno, ajudava seu avô a cuidar de um orquidário, aprendendo desde cedo o ofício de viveirista. "Quando tinha três anos, meu avô me presenteou com uma enxadinha", lembra Nieto. "Foi a partir daí que comecei a gostar do trabalho", conta.

O viveiro, localizado a 8 quilômetros de Unaí, é uma empresa familiar onde o sogro, o filho e o irmão de Nieto colaboram nas atividades. O local abriga cerca de 40 espécies de plantas do cerrado e ornamentais, como palmeira imperial, ipê, buriti, cagaita e até açaí. Apesar da grande variedade de espécies do cerrado, grande parte dos lucros vem da venda das plantas ornamentais. Porém, as espécies do cerrado começam a se tornar objetos de admiração de paisagistas e jardineiros.

Dentre os espécimes da região, o Buriti, cujo nome em língua indígena significa "árvore da vida", foi o escolhido para emprestar seu nome ao viveiro. Encontrado em grande quantidade nos vales e veredas, várzeas que margeiam um rio, é a palmeira mais abundante do país. Apesar da proteção legal à vegetação das veredas, instituídas como Áreas de Proteção Permanente pelo Código Florestal, a degradação ambiental quase a dizimou região de Unaí. Nieto incentiva o plantio de buritis nas nascentes e veredas para recompor a desgastada mata ciliar. "O buriti é uma ótima opção porque tem uma relação estreita com a água, fornecendo, ainda, alimento para a fauna do cerrado", comenta Nieto.

O primeiro viveiro que José Nieto teve foi em Águas Lindas (GO), cidade também no entorno do Distrito Federal. De lá, alugou pouco mais de 12 hectares de terra, porção que antes fazia parte de uma fazenda, e se mudou para a cidadezinha mineira. Ali, improvisou um pedaço de chão. "Ao contrário de tantos outros viveiros, a terra em que cultivo não é minha", diz Nieto. "Sou um viveirista sem terra", brinca.

Ele explica que o Viveiro Buriti não tem fins lucrativos, é um hobby. Para se sustentar, o jornalista cuida de um site onde relata acontecimentos de Unaí. Contudo, não esconde sua preferência. "Muitas vezes eu desvio dinheiro do site pra botar no viveiro. Eu faço isso mesmo, pode escrever", revela.

O viveiro também se sustenta com a venda de mudas, principalmente pela internet. Apesar disso, o mercado ainda fica restrito às proximidades de Unaí, pois, segundo Nieto, o frete para fora do estado é caro. Para plantar, Nieto conta que não compra sementes. "Por onde eu passo, cato do chão. Às vezes, ganho de amigos". Por essa razão, ele diz que o trabalho de coleta tem de ser constante, pois para cada árvore, há uma época certa para se extrair sementes.

Em Brasília, o viveirista encontrou um parceiro: o poeta Nicholas Behr, que é dono do viveiro Pau Brasília. "Sempre que preciso de algumas dicas, ligo para o Nicholas". Também pede orientações para o Instituto Estadual de Florestas (IEF). "Os agrônomos do IEF me ajudam com informações sobre controle de pragas, fertilizantes, essas coisas". Apesar de simples, o viveiro representa um grande sonho do criador. "Por onde passo, procuro deixar uma mancha verde", conclui.

As atividades do Viveiro Buriti parecem se traduzir nas palavras do poeta mineiro Afonso Arinos, em "O buriti perdido": "Então, talvez, uma alma amante das lendas primevas, uma alma que tenhas movido ao amor e à poesia, não permitindo a tua destruição, fará com que figures em larga praça, como um monumento às gerações extintas, uma página sempre aberta de um poema que não foi escrito, mas que referve na mente de cada um dos filhos desta terra".


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sementes pré-germinadas de Washingtonia robusta

Tenho disponíveis para venda ou troca sementes pré-germinadas
de washingtonia robusta.
Estou comercializando a R$ 1,00 a unidade.
Pedido mínimo de 50 unidades.
Envio por SEDEX, em substrato umido.

domingo, 22 de março de 2009

Mudas de buriti


Mudas de 2008

domingo, 25 de janeiro de 2009

PLANTE ÁRVORES - INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Reflorestando nascentes e margens de córregos e rios

A água é o sustentáculo da vida em nosso planeta. A garantia da oferta de água deve-se à vegetação nativa que protege o solo, evitando enxurradas e processos erosivos que vão causar o assoreamento dos leitos dos rios e nascentes. Além de exercer papel fundamental para a manutenção da quantidade e qualidade da água, a vegetação também atua no equilíbrio ecológico, garantindo abrigo e alimento para a fauna e para os homens.

Reflorestar é hoje uma necessidade primordial, devendo ser realizada imediatamente, pois as árvores demoram a crescer e queremos florestas para os nossos descendentes.

Quais espécies devem ser plantadas?

A escolha das espécies vai depender da vocação da área de cultivo. É recomendável o uso de mudas de espécies nativas, que são adaptadas à região e tem grande chance de crescer e se desenvolver bem. No caso das frutíferas é possível que algumas espécies produzam frutos aos cinco anos de idade. Há grupos de espécies para cada ambiente: áreas mais úmidas, mais secas, margens de córregos e nascentes.

Como plantar?

Época de plantio

A época adequada para o plantio é o início das chuvas, de preferência em dias nublados ou úmidos.

Árvores nativas em geral

Tamanho da cova: 40X40X40 cm – ou tamanho da embalagem
Espaçamento: 3X3 m
Adubação por cova: 250g de calcário dolomítico; 30g de NPK 4 – 30 – 16 + Zn; 5 litros de adubo orgânico.

Mudas de Eucalyptus SP e Pinus SP

Tamanho da cova: 20X20X20 cm
Espaçamento: 3X2 m; 2X2 m
Adubação por cova: 200g de calcário dolomítico; 30g de NPK 4 – 30 – 16 + Zn;
5 litros de adubo orgânico.

Mudas de arbustos

Tamanho da cova: 40X40X40 cm
Espaçamento:

Adubação por cova: 500g de calcário dolomítico; 60g de NPK 4 – 30 – 16 + Zn;
10 - 12 litros de adubo orgânico.

Mudas em torrão, espécies ornamentais arbóreas e frutíferas nativas

Tamanho da cova: 80X80X80 cm
Espaçamento, em geral: 7X7 m
Adubação por cova: 1 kg de calcário dolomítico; 300g de NPK 4 – 30 – 16 + Zn; 20 litros de adubo orgânico.

Pomar doméstico

Tamanho da cova: 80X80X80 cm

Espaçamento:

Mangueira (pé franco) - 10X10 m

Abacateiro (pé franco) - 10X10 m

Jaboticabeira - 8X8 m

Citros em geral – 6X7 m

Goiabeira (pé franco) – 6X6 m

Maracujazeiro – 3X5 m

Adubação por cova: 1 a 2 kg de calcário dolomítico; 400g de NPK 4 – 30 – 16 +

Zn; 1 kg de fosfato natural; 30g de FTE BR – 8; 20 a 30 litros de adubo

orgânico.

Cerca viva

Tamanho da cova: abrir valeta de 40X40 cm ao longo do perímetro para plantar

as mudas;

Espaçamento: 03 mudas por metro linear

Adubação por metro linear de vala: 5 kg de calcário dolomítico; 200g de NPK 4

– 14 – 8; 10 litros de adubo orgânico. Distribuir 50g de sulfato de amônio por

metro aos 30, 60 e 90 dias do plantio.

O plantio

· Remover a terra da cova e separar a terra de cima da de baixo;

· Um mês antes do plantio, misturar o calcário e adubo orgânico à

terra de cima. Devolver para dentro da cova, primeiro a terra

adubada e depois a outra parte. Regar diariamente para que o

calcário corrija o pH do solo. Colocar o adubo químico por ocasião do

plantio;

· Retirar a muda do saco plástico ou cesto de fibras antes de plantar,

evitando que os torrões sejam desfeitos; Deixar a superfície da muda

alinhada com a superfície do terreno, evitando enterrar a parte

inferior do tronco ou deixar raízes expostas;

· Apertar a terra ao redor da muda, de modo que a planta fique firme e

na posição vertical;

· Deixar a cova um pouco mais baixa que o nível do terreno para

acumular umidade;

· Fazer tutoramento da muda, usando para isso um pedaço de sarrafo

de madeira ou estaca de bambu com 60 cm;

· Regar logo após o plantio e diariamente até o pegamento,

espaçando a rega depois.

Adubação corretiva

Após o pegamento das mudas, realizar adubação por cobertura aplicando

sulfato de amônio nas quantidades de 50, 100 e 150g aos 30, 60 e 90 dias

após o plantio, respectivamente.

LISTA DE ESPÉCIES

Nome vulgar:

Angico

Araçá-roxo

Aroeira

Bacupari da mata

Barbatimão

Baru

Baraúna

Cagaita

Caju do cerrado

Camboatá bravo

Canela

Capitão da mata

Caqui do cerrado

Cedro

Cega-machado

Copaíba

Embaúba

Embira de sapo

Faveiro

Gonçalo Alves

Guariroba

Guapeva

Guatambu

Ingá da mata

Ipê do cerrado

Ipê verde

Jacarandá

Jatobá da mata

Jatobá do cerrado

Jenipapo

Jerivá

Landim

Lobeira

Louro precioso

Louro preto

Macaúba

Mama-cadela

Mamica-de-porca

Mangaba

Mata cachorro

Monjoleiro

Mutamba

Olho de cabra

Paineira do cerrado

Pajeú

Palmiteiro

Pata de vaca

Pau pombo

Pau-terra-da-mata

Pente de macaco

Pequi

Pereira do campo

Piúna

Quaresmeira

Sangra d’água

Tamboril do cerrado

Tapura

Ucuúba

Umburana

Vinhático

Granja Modelo do Ipê

DF 003 – Saída Sul – Brasília/DF

Telefone: (61) 3380-2847

Núcleo de Proteção e Reabilitação Ambiental

SAIN Parque Rural – Brasília/DF

Telefone: (61) 3348-7917