domingo, 15 de junho de 2008

Brassolis sophorae e Brassolis astyra: pragas de palmeiras e coqueiros

Brassolis sophorae e Brassolis astyra: pragas de palmeiras e coqueiros

por Édson Possidônio Teixeira*

Brassolis sophorae e B. astyra, são borboletas, têm hábito crepuscular e durante o dia escondem-se nas próprias plantas hospedeiras ou em outras plantas. As lagartas dessas borboletas, em certas ocasiões, tornam-se verdadeiras pragas das palmeiras e dos coqueiros, plantas de grande valor econômico do ponto de vista ornamental e industrial. Vivem em toda extensão da América do Sul, possivelmente porque a região é mais rica em palmeiras. De acordo com a literatura, Brassolis astyra é mais difundida que a B. sophorae.

Os ovos são colocados em grupo, em número que pode ultrapassar a 200, na face inferior dos folíolos, e às vezes, sobre os frutos e no estipe; o período de incubação dos ovos varia de 20-25 dias. As lagartas apresentam comportamento gregário e têm hábito noturno, abrigando-se em casulo (um ou mais) que tecem unindo os folíolos com fios de seda; ciclo larval em torno de 150 dias. Terminada a fase de lagarta (em torno de 150 dias) abandonam a planta hospedeira, ocasião em que é comum encontrá-las em grande número pelas calçadas e gramados em busca de um local como paredes, muros e mesmo árvores onde se fixam e crisalidam. A fase de crisálida pode variar de 15 a 20 dias, findo os quais eclodem os adultos. No estado de São Paulo a presença dessas lagartas é notada de setembro-outubro até março; muitas vezes se inicia mais cedo e termina mais tarde. Neste mês de junho, é possível constatar a presença do ataque desses insetos causando danos em algumas praças de Campinas. Além dos danos (desfolha) a presença das lagartas pode ser percebida pela presença de fezes junto às plantas e pelo barulho destas quando caem sobre a vegetação.

Medidas de controle:

1.mecânico – coleta dos casulos (ninhos) e destruição das lagartas por esmagamento;

2.cultural – em áreas com grandes plantios comerciais, catação dos restos da cultura (casca de coco e folhas) pois estes oferecem às lagartas condições à sua crisalidação e proteção contra inimigos naturais;

3.biológico – pulverização com Beuveria bassiana (fungo), Bacillus thuringiensis (bactéria).

Na natureza é comum encontrar lagartas parasitadas pela mosca Xanthozona melanopyga (Tachinidae) e por vespinhas (microhimenópteros), estas também como parasita de ovos.
Acredita-se que o aumento do número de ataques nos grandes centros urbanos seja devido às condições desfavoráveis aos inimigos naturais como, por exemplo, poluição.
Além do gênero Brassolis, cita-se o gênero Opsiphanes como praga primária em plantios de dendê em alguns países da América tropical e, no Brasil, como praga secundária do coqueiro e do dendê.


Dano causado por lagartas de Brassolis sp


Dano causado por lagartas de Brassolis,
mostrando emdetalhe o casulo das lagartas.

Brassolis sophorae (L., 1758)

* Édson Possidônio Teixeira é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC Diplomou-se em Engenharia Agronômica em 1975, pela UFRRJ;Mestre em Ciências Biológicas - Área de Concentração: Entomologia. 1986. ESALQ-USP; Doutor em Ciências Biológicas - área de Zoologia, UNESP - Rio Claro, 2001. Curador oficial da coleção entomológica (IACC).Contato: edson@iac.sp.gov.br

Fonte: http://www.infobibos.com/Artigos/Pragas/lagartaPalmeira/Index.htm